LOUVA-A-DEUS
Numa tarde de descanso, daquelas em que estou no sofá, com a televisão ligada e a tentar ver documentários sem ouvir, porque estou no pico de uma daquelas moléstias arrasadoras, que permitem que um fio de baba quase chegue ao chão, acontece o inevitável: Zune-me nas orelhas a campainha de casa. Fico momentaneamente meio aturdido e a pensar no que será, "chuva não é certamente", mas vai-me calhar gente... certamente. Instala-se o pânico das hipóteses: É um familiar com assuntos de família. Não, é uma vendedora que me vem dizer, que tem o melhor pacote do mercado… de telecomunicações. Não, é um vizinho que não me cumprimenta, mas que precisa dum alicate. Não, não é o Super Homem. Levanto-me para ver quem é, abro a porta e eis que surge a realidade vestida da hipótese mais provável, mas que eu, esgazeado de sono e com o cérebro feito numa uva passa, nem sequer vislumbrei: Duas almas de fato e gravata. Pensei que eram homens de negro e me tinham confundido com um extraterrestre