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ADVERTÊNCIA DE NATAL

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Estimados amigos: Têm circulado frequentemente pelas redes sociais, apologias de incentivo à compra de Árvores de Natal, importadas ilegalmente da Colômbia. É um logro enevoado, vestido de verde.  São árvores manhosas e com efeitos nocivos, pelos variados distúrbios que causam. Deviam ser todas enroladas e queimadas. Só para que fiquem melhor informados, relato aqui a experiência alucinante, de um amigo meu, que comprou inocentemente, uma árvore dessas no Natal passado: Colocou o arbusto canabiento, ao lado da mesa, na sala de jantar, na noite de Natal e o resultado dessa decisão insensata, ultrapassou a noção daquilo que conhecemos por tragédia familiar: O homem não conseguiu tocar na posta de bacalhau, devido aos sucessivos e agonizantes ataques de riso. A mulher, também sob o efeito odorífero do referido elemento de decoração, revelou-lhe que tinha um caso, em simultâneo, com dois colegas de trabalho. Nem assim ele parou de rir, embora, a partir daí, se notasse uma certa asfixia e d

INDÍCIOS DE QUALQUER COISA

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Existe uma característica interessante, que de certeza, é tipicamente portuguesa: A capacidade de descobrir indícios. É a mania dos descobrimentos. Não é de hoje.   Mas isto também existe um pouco por todo o mundo e muito provavelmente a culpa é nossa. Suponho que teremos transportado esta interessante capacidade para outros povos ao longo dos tempos.  Estamos espalhados pelo planeta, onde quer que se vá, há um português, e depois dá nisto.  Somos uns influenciadores, embora o mundo não saiba, porque somos socialmente muito subtis e por isso, misturáveis.  Quando chegamos a qualquer lado, como quem não quer a coisa, vamos espetando a bandeira portuguesa e quando eles dão por ela, já é tarde. Somos como uma bactéria boa, que se vai instalando devagarinho no hospedeiro, ele depois já não consegue viver sem nós e até gosta. Fazemos falta. Após esta humilde divagação nacionalista e nada pretensiosa, vejam então alguns exemplos de comportamento social, onde os indícios-de-qualquer-coisa, su

A SOMA DAS SUBTRAÇÕES

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    Ao longo da vida, acontece ficarmos com a impressão que, uma boa parte daquilo que  consideramos nosso, se vai diluindo com o tempo. Começa a partir do momento em que temos consciência mínima do que nos rodeia e vai-se mantendo. Perdemos amigos, porque desaparecem das nossas vidas pelos mais diversos motivos. Perdemos oportunidades que não aproveitamos, ou que  gostaríamos de ter aproveitado melhor. Perdemos momentos em que achamos que poderíamos ter feito diferente, porque achamos que se tivesse sido diferente, também teria sido melhor. Perdemos tempo a pensar em inúmeros assuntos, para depois acharmos que esse tempo a pensar foi tempo perdido. Perdemos vontade de fazer melhor, quando estamos rodeados de circunstâncias difíceis, para a seguir, perdermos ainda mais tempo com o arrependimento de não termos mantido essa vontade. Perdemos tempo a lutar, contra algumas circunstâncias que sabemos que não podemos dominar e também perdemos tempo a imaginar como seria se tudo nos fosse fav

LOUVA-A-DEUS

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  Numa tarde de descanso, daquelas em que estou no sofá, com a televisão ligada e a tentar ver documentários sem ouvir, porque estou no pico de uma daquelas moléstias arrasadoras, que permitem que um fio de baba quase chegue ao chão, acontece o inevitável: Zune-me nas orelhas a campainha de casa. Fico momentaneamente meio aturdido e a pensar no que será, "chuva não é certamente", mas vai-me calhar gente... certamente. Instala-se o pânico das hipóteses: É um familiar com assuntos de família. Não, é uma vendedora que me vem dizer, que tem o melhor pacote do mercado… de telecomunicações. Não, é um vizinho que não me cumprimenta, mas que precisa dum alicate. Não, não é o Super Homem. Levanto-me para ver quem é, abro a porta e eis que surge a realidade vestida da hipótese mais provável, mas que eu, esgazeado de sono e com o cérebro feito numa uva passa, nem sequer vislumbrei: Duas almas de fato e gravata. Pensei que eram homens de negro e me tinham confundido com um extraterrestre

UM

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  A importância no número um na nossa vida, está presente em tudo. Nascemos em forma de um e morremos da mesma forma. A vida onde vivemos, é só uma, num planeta que é só um, pertencente a um sistema solar, encaixado numa galáxia, que por sua vez está integrada num universo, que mesmo sendo muito vasto e variado, é supostamente só um. Somos todos únicos, apesar de interligados. A humanidade é só uma. A forma de escapar a isto, também é só uma: Não existir. Mas essa parte não dominámos. Ora, já que existimos, proponho humildemente, algo que, embora pareça utópico, daria muito jeito: Praticarmos a nossa existência única, num quadro de interligação com os outros uns, no plano humano, animal e ambiental. Cá está, sem anestesia. Sim, não esqueçamos que os animais, tal como nós e pelo simples facto de terem nascido, também estão sujeitos à mesma condição de serem únicos, na existência que lhes foi proporcionada pela natureza. Quanto ao ambiente, ainda que com variantes e personalidades múltip

PANDEMÁTICA

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                                                              As pandemias têm ciclos de aparecimento e os matemáticos explicam isso muito bem, por um motivo muito simples: Já aconteceram e há sempre uma fórmula capaz de evidenciar com exatidão o porquê desse aparecimento, naquele preciso momento. Fácil. Mas os matemáticos também se atrevem a traçar espaços temporais, quanto à ocorrência de eventos futuros. Eu, por mim, ficava quietinho, mas eles é que sabem. Digo isto, porque, sempre que os matemáticos falham, acabam normalmente por arranjar uma forma de dar a volta ao assunto. Alegam qualquer vetor aleatório, que se possa ter intrometido nas tangentes, fazendo com que estas se tivessem afastado, ou então, dão outra explicação qualquer, embrulhada numa tal complexidade, e em termos tão rebuscados e intangíveis, que ficamos como um estorninho a olhar para um paralelo. Fazem-nos sentir ridículos na nossa ignorância, só para mostrarem que são superiormente inteligentes e fazem muita falt

A VERDADE, OU NÃO

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Falar sobre a verdade, sem dizer mentiras, é praticamente impossível. A verdade raramente é só uma, tem muitas caras e assume diversas formas. Cada um, tem o seu método de se convencer de que algo é verdade: Uns vão acreditando, porque querem mesmo acreditar e isso faz-lhes falta, para que se sintam mais seguros. Outros, acham mais fácil acreditar no que aparece e quem vier a seguir que questione. Outros ainda, desistem da procura da verdade, quando ela exige muito trabalho ou coragem e acabam por adotar a verdade instituída pela generalidade da informação que recebem, mesmo que dela duvidem. Há os que tentam um equilíbrio, nada fácil, dada a natureza humana, entre a sua própria verdade e a verdade dos outros e existem ainda os que são mais obstinados e passam a vida na procura incessante da verdade. Em matéria de verdade, há para todos os gostos. Às vezes a procura pela verdade, torna-se uma paixão. A paixão tem riscos. Apaixonamo-nos pela nossa verdade, mas