TRABALHO






A propósito da ideia feita, de que o trabalho dá saúde, tenho que dizer, que está estatisticamente provado, que morrem mais pessoas em acidentes de trabalho, do que em acidentes de descanso, ou seja, o trabalho é muito mais perigoso do que o descanso.

Toda a gente sabe, que qualquer operário que tome um martini com cerveja antes do almoço, beba uma jarra de tinto do Cartaxo, enquanto digere as febras de cebolada e termine com dois bagaços depois do café, quando chega à obra, vê duas pranchas no andaime e se puser um pé na prancha que existe e o outro na que não existe, acontece o inevitável, desafia a lei da gravidade e acidenta-se com gravidade (são gravidades diferentes, mas interligam-se de forma grave).

Este exemplo, serve para qualquer cidadão que se preze, em qualquer atividade, onde mexer o corpo, seja obrigatório, para o sustento do mesmo. 
E para sustentar sempre os mesmos. 
Só mesmo bebendo.

Os acidentes, acontecem com bastante frequência, para provarem que existe uma ironia maléfica, sempre que se diz que o trabalho dignifica o homem.
Na realidade o que acontece, é que o trabalho danifica o homem.
Olhando para este assunto, ainda com mais clareza, quando um tipo está a descansar, que males tão grandes é que lhe poderão acontecer?
Entrar-lhe um camião pela casa, quando estiver esparramado no sofá e entalá-lo entre o jarrão da loja do chinês e o frigorífico?
Estar a dormir no sofá e a sogra dar-lhe com um tacho de alumínio de 15lt. na moleirinha, para se vingar por ele não a ter levado, quando foi de férias para o campismo?
Ou cair-lhe um meteorito no quintal e matá-lo atascado em couves e penas de galinha?
Nada disto é muito provável.
Mesmo que, em descanso, caia do sofá, o pior que lhe pode acontecer, é ser amortecido pelo tapete, evitando assim, traumatismos marcantes e preocupações à família.

Devíamos dar mais atenção, à ancestral sabedoria popular, que num dos seus ditados populares, refere que "dormir é meio sustento".
Já que o povo costuma ter razão e o descanso proporciona 50% do nosso sustento, podíamos alterar radicalmente a mentalidade escrava que nos persegue, começando por reduzir de imediato o trabalho para metade. 
Ficava 50/50 e seria mais justo.

Pois é, ninguém pensa na lógica destas coisas e depois acha-se estranho, que a população morra antes da reforma, que é aquela etapa da vida em que já se pode descansar...  cheio de mazelas. 
Que alegria esfusiante.

Fazendo um paralelismo com as campanhas antitabágicas, aos anúncios de emprego, deveriam ser  associadas frases de alerta e sensibilização, do género "Trabalhar mata", ou, "Poupe os seus pulmões, não grite à procura de trabalho", ou ainda, " O governo adverte, que a prática do trabalho, obriga ao pagamento de impostos".

Por vezes, ao vermos alguém que trabalha muito, dizemos "aquele tipo mata-se a trabalhar".
Quando isso acontece, é a nossa natureza mais profunda, a lembrar-nos, que se o homem tivesse nascido para trabalhar, não precisava de ser mais inteligente do que os outros animais, que sobrevivem perfeitamente, com o que aproveitam dos recursos naturais do meio onde vivem.
E agora chega, que já estou a ficar cansado...  
                                                                                                                                                     
C.Cruz.

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